terça-feira, 3 de junho de 2014

Opinião: Ainda dá para inovar.


Houve uma época - séculos ou décadas atrás - em que era muito fácil ser um inventor, alguém com ideias inovadoras: quase nada daquilo que usamos em nosso cotidiano existia. O tempo passou e temos nomes consagrados por itens indispensáveis em nossa sociedade: a luz elétrica, o telefone, o carro e tantos outros; e tudo isso parece fazer cada um de nós, cada dia mais, pensar que já temos tudo que precisamos, que tudo já foi inventado. Eis que surge uma grande nova ideia e revoluciona tudo.

Exemplo? os smartphones. Eles mudaram o jeito de interagir das pessoas, derrubaram indústrias e levantaram outras e nos fizeram indagar, “como ninguém havia pensado naquilo antes? Eu poderia muito bem ter pensado nisso e estaria rico agora.”

Ontem (2), em evento realizado na Califórnia, executivos da Apple Computer, empresa de tecnologia dos EUA, anunciaram o lançamento de um novo aplicativo em seus produtos: Health (Saúde, em português). Uma ideia brilhante, visto que atualmente os smartphones têm se tornado extensão da vida pessoal e profissional de muitos. Alguém então, um dia, perguntou, “porque não transformar essa aproximação em algo bom para a saúde?” e então surgiu esta potencial revolução na forma como as pessoas cuidam de sua saúde.

O Health, que só será lançado no fim do ano, promete por em uma interface de fácil leitura todos os dados da saúde da pessoa, tais como freqüência cardíaca, calorias ganhas e perdidas no dia, glicemia, colesterol, qualidade do sono e outros, além de possuir uma seção especial para emergências, contendo o tipo sanguíneo, alergias e números rápidos, como o dos bombeiros.
Interface do futuro aplicativo Health, da Apple Computer, inc.

Pessoas que não atentam muito à própria saúde, passem a acompanhar melhor seu estado, tendo assim o aumento de diagnósticos em pacientes subdiagnosticados previamente. Por outro lado, entretanto,  nem tudo é perfeito. Pode haver quem pense em um grande aumento no número de superdiagnósticos em pessoas normais. Um pé atrás quanto a isso. A indústria da saúde agradece e não é à toa: o aplicativo (e obviamente a empresa) já tem contrato assinado e os pacientes com o serviço possuíram atendimento especializado em grandes clinicas norte-americanas, como a Mayo Clinic e o Hopkins.

Ninguém pensara nisso antes, mas alguém o fez e poderia ter sido eu ou você. Esta potencial revolução na forma com que as pessoas cuidam da saúde poderá, sim, trazer lucros à Apple, mas poderá também trazer uma melhoria na vida de muitas pessoas. 

Aproximando mais à nossa realidade brasileira e nordestina, penso que não necessariamente seja com um aplicativo ou com uma nova máquina ou com descoberta genética: podemos transformar as vidas dos pacientes que passam por nós, desde o começo da carreira acadêmica, com gestos e postura, pois a real prática da medicina está se perdendo - e este aplicativo pode ser prova disto inclusive. É isso que podemos mudar hoje.


Boas ideias nascem todo dia, cabe apenas a nós mesmos não matá-las antes que criem asas, afinal ainda dá pra inovar em quase tudo ao seu redor; pare para pensar. Soluções nascem da necessidade de resolução de problemas, nascem para preencher vazios. Não precisa ser uma revolução, basta fazer diferente e fazer melhor para que a vida de pelo menos alguém que passe por você seja melhor, mesmo que por um dia, apenas. Não precisa ser complicado, muito pelo contrário! Quantos problemas e vazios temos atualmente que podem ser renovados, concorda?

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